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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Inquietação

O rio longe vai,
porque o deixo ir.
E se não deixar,
Irá para onde?

À beira-mar,
Onde caminham os anjos
Longe das visceras da Terra,
No reino do senhor da guerra.

O Ignipotente ri-se
Atrevo-me a perguntar porquê.
"Oh pobre besta,
Pensas-te mais do que és.
Não te chega o que tens,
Queres tudo o que vês.
"

Pesa-me o seu olhar,
Vergonha humilha-me.
Mostra-me a mim mesmo
Nas águas da nascente.

O rio vai longe,
Foge constantemente
Da própria fonte,
Até nas horas
Em que o Mar o nega.