O rio longe vai,
porque o deixo ir.
E se não deixar,
Irá para onde?
À beira-mar,
Onde caminham os anjos
Longe das visceras da Terra,
No reino do senhor da guerra.
O Ignipotente ri-se
Atrevo-me a perguntar porquê.
"Oh pobre besta,
Pensas-te mais do que és.
Não te chega o que tens,
Queres tudo o que vês."
Pesa-me o seu olhar,
Vergonha humilha-me.
Mostra-me a mim mesmo
Nas águas da nascente.
O rio vai longe,
Foge constantemente
Da própria fonte,
Até nas horas
Em que o Mar o nega.
A última festa
Há 15 anos