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terça-feira, 8 de junho de 2010

simetria-A-simetria

Assim nos cruzamos,
No tempo e no espaço.
E dessa intercepção,
Quiçá casual,
Do culminar do que é
A perpendicularidade mais perfeita,
Resultam forças que nos puxam
Ora para o bem, ora par ao mal,
Caminhando para nenhum futuro
Mas que por vezes o confundo
Com o presente que me dás
E o passado que me deste.

Corícia

Do príncipe em falta
À rainha das rosas,
O poeta quase cego,
Outrora artista de si mesmo,
Reza para que sua alteza se digne
Brindar sua vista moribunda
Com imagens de uma presença invulgar.
Da Sua graça de caminhar,
Do calor de Sua pele exótica,
Da Sua voz, que entoa em aparente dissonância,
Dos Seus olhos, que se fazem ver lucidos,
Do aconchego dos Seus cabelos,
Do Seu doce sorrir de despedida,
Que abre mais uma chaga
No olhar frágil deste escravo,
Até que o leve a morte ou a poesia.