Deixei-o solto,
A guardar o meu rebanho.
Este lobo que vive em mim
Que ateia fogo ao meu império,
Que faz ruir o que eu mais quero.
E porque nos parecemos assim?
Que tenho eu com ele?
E ele comigo?
Sussurra, ordena
Grita-me aos ouvidos
E vou-me cansando...
Por fim desisto.
Desvia-me de meu caminhar,
Distrai-me de mim.
Tira-me a paz e o carinho.
E assim se revela,
Monstro conhecedor
Monstro que te apresento,
De olhar aterrador e
Hálito pestilento,
Que devora as almas
Deixando corpos dispersos.
Vejo-me a deixar levar,
Não me liberto.
Nem sei se me querem,
Nem o que quero,
A ele que o odeiem.
Não vêem que não sou eu!?
E agora,
Depois de tanto correr,
Já nem o toque sinto,
Fiz-me assim,
Monstro esquisito:
Por fora Homem,
Por dentro Bicho.
A última festa
Há 15 anos