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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Licantropia

Deixei-o solto,
A guardar o meu rebanho.
Este lobo que vive em mim
Que ateia fogo ao meu império,
Que faz ruir o que eu mais quero.

E porque nos parecemos assim?
Que tenho eu com ele?
E ele comigo?

Sussurra, ordena
Grita-me aos ouvidos
E vou-me cansando...
Por fim desisto.


Desvia-me de meu caminhar,
Distrai-me de mim.
Tira-me a paz e o carinho.

E assim se revela,
Monstro conhecedor
Monstro que te apresento,
De olhar aterrador e
Hálito pestilento,
Que devora as almas
Deixando corpos dispersos.

Vejo-me a deixar levar,
Não me liberto.
Nem sei se me querem,
Nem o que quero,
A ele que o odeiem.

Não vêem que não sou eu!?

E agora,
Depois de tanto correr,
Já nem o toque sinto,
Fiz-me assim,
Monstro esquisito:
Por fora Homem,
Por dentro Bicho.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Estúpido estúrdio

Boémios de caminhar pesado
Completam as ruas nocturnas...

Perdidos em dissabores
Da noite para o dia
E do dia para a noite
Constantemente.
Uns choram em pranto
E outros há, que riem
Ou agridem, ainda.
Sofrem, no oculto,
Desse decadente celebrar
E assim se dissolvem
E ao que sentem…

...em álcool, suor e sangue,
Em vómito e decadência,
Consciência dada como morta
Por ignorância ou afogamento.